16 de set. de 2014

Ser bilíngue faz bem ao cérebro e previne demências, diz pesquisadora

Ellen Bialystok, cientista do Canadá, estuda os efeitos do bilinguismo.


Para ela, há muitas razões para promover o bilinguismo entre crianças.

O que é diferente no cérebro de um bilíngue?
A razão pela qual os cérebros bilíngues são diferentes é que, para um bilíngue, as duas línguas estão sempre ativas. Não há revezamento entre as línguas. Então se você está falando em inglês comigo agora, o português continua totalmente ativo e disponível.
Potencialmente, esse é um problema. Se você tem duas possibilidades ativas sobre como dizer as coisas e como entender as coisas, esperaríamos muita confusão e muitas intrusões em que você escolheria a palavra da língua errada. Mas isso não acontece na prática. Por que?
O que a maioria dos pesquisadores acredita ser a explicação é que há um sistema no cérebro cujo trabalho é controlar e gerenciar a atenção quando há competição, quando duas coisas estão ativas e você tem que escolher uma e ignorar a outra. Este é o chamado sistema de controle executivo, e ele fica na parte da frente do cérebro.
Cérebro (Foto: Reprodução/Globo Repórter)Cérebro (Foto: Reprodução/Globo Repórter)
É um sistema muito importante: é o último sistema a se desenvolver na infância e o primeiro a declinar com o envelhecimento. É a base da atenção e da realização de tarefas simultâneas.
A ideia é que bilíngues, que sempre têm as duas línguas ativas, conseguem gerenciar essa competição e evitar potenciais intrusões e confusões ao usar o sistema de controle executivo.
O que você tem é uma situação em que os bilíngues estão usando esse sistema o tempo inteiro, muito mais do que os monolíngues. Então esse sistema muda, torna-se mais eficiente e torna-se mais forte.

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